Ambas as obras trouxeram uma linguagem extremamente diferente da que o público da televisão está acostumado. Som e Fúria em diversas situações fazia uso do flashback e também da elipse (recurso em que se omite cenas óbvias para o telespectador). Já Decamerão apresenta como grande novidade o fato de todo o seu texto ser escrito em versos. Além disso elas também se diferenciavam na construção dos enredos explorando assuntos até certo ponto "virgens" na TV. A primeira mostrava o cotidiano de uma companhia teatral, com todas as suas dificuldades e glórias. E a mais recente se inspira no clássico da literatura realista,"Decameron"de Giovanni Boccaccio, construindo uma comédia de costumes que se passa no período medieval.
Entretanto, essa troca de influências entre diretores de cinema e profissionais de televisão vem crescendo já há um certo tempo.Por exemplo, Daniel Filho consagrou-se como diretor de novelas e hoje é o cara que mais filma no cinema brasileiro. João Emanuel Carneiro autor do sucesso A favorita foi roteirista do premiado Central do Brasil. Com o crescimento do nosso cinema e com a necessidade da televisão produzir coisas melhores, a tendência é que esse trafégo entre os dois meios fique cada dia maior.
Só gostaria de deixar um pedido ao pessoal da TV. Quando investirem em produções do tipo das citadas no texto, façam com um número maior de episódios, pois acho muito pequena a temporada em que elas ficam no ar.
Jhonathan Oliveira
*Disponível também no Cinema em Plano Geral
É muito bom ter acesso a esses tipos de produções na tv, já que é raro. Até mesmo para o povo se acostumar com essa linguagem diferente, com o cinema, a poesia na tv...
ResponderExcluirSó que concordo com vc, Jhonathan,ém relação ao tempo de duração das séria, e acrecentaria mais um quesito, o horário, visto que o povo
ainda não se acostuma em esperar toda a programação pra assistir essas obras.
Assisti as séries e adooorei o texto! Esclarecedor pra mim...
Saskia Coutinho